Monday, September 26, 2005

Até quando é que se é Jovem?

Eis uma questão de difícil resposta. Actualmente, podem filiar-se na Juventude Social Democrata cidadãos dos 14 aos 30 anos de idade, sendo certo que a filiação concomitante no Partido Social Democrata é obrigatória quando se atinge a maioridade.

Desde que me recorde tem havido várias propostas no sentido de alterar esta limitação estatutária. Habitualmente as propostas visam limitar a filiação na estrutura até aos 26 anos de idade, sendo relativamente unânime que o limite menor seja mantido nos 14 anos. No congresso de revisão estatutária de 17 de Janeiro 2004, em Cascais, manteve-se o ponto 1 do artigo 11º: “Podem inscrever-se na JSD os cidadãos portugueses e cidadãos residentes em Portugal, com capacidade legal para o exercício de direitos políticos com idade compreendida entre os 14 e os 30 anos, que livremente desejem prosseguir os fins da JSD, contribuir para a execução das suas tarefas fundamentais, respeitar os Estatutos Nacionais e militar ou vir a militar no PSD.”

Foi a decisão mais correcta? Não sei. No entanto há uma realidade que devemos encarar: a esperança média de vida e, consequentemente, a idade das reformas têm vindo tendencialmente a aumentar e os jovens adultos com 35 anos ainda se confrontam com muitos dos problemas encarados como sendo da esfera da JSD – Emprego, Habitação, Formação pós-graduada e Natalidade, por exemplo. Outro facto interessante é que os Jovens Republicanos Americanos aceitam a militância até aos 35 anos de idade, pelo que o precedente internacional já existe. Será que a JSD poderia beneficiar de quem tenha uma maior maturidade intelectual e experiência profissional ou iria um aumento da idade máxima para os 35 anos dificultar a participação e adesão dos militantes mais jovens? Fica a questão no ar...

Outro problema a confrontar é o hiato existente, mesmo com os actuais estatutos, entre a geração dos já activos no mercado de trabalho, com preocupações como, por exemplo, o 1º emprego e a 1ª habitação, e o aluno do ensino básico ou secundário, cujas principais preocupações são, por exemplo, o sistema educativo e as oportunidades de formação extracurricular. Como poderemos assegurar a defesa de todos estes interesses? Penso que a solução proposta pelo Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, na Universidade de Verão do PSD/JSD/ISC de 2005, de criar estruturas autónomas para cada faixa etária iria apenas enfraquecer ainda mais a estrutura da JSD que deve pronunciar-se para a sociedade civil a uma só voz. Talvez a solução poderá passar por criar quotas por faixas etárias a aplicar a todos os níveis de órgãos executivos da JSD, desde os núcleos residenciais até à Comissão Política Nacional e o Conselho Nacional. Assim poderíamos assegurar a presença de representantes de todas as faixas etárias abrangidas pelas políticas da JSD em todos os níveis de decisão. É apenas uma ideia...

Saturday, September 24, 2005

Políticas Fracturantes?! Que SECA!

Não deixa de ser curioso que as ditas questões fracturantes, como a interrupção voluntária da gravidez ou a liberalização das drogas leves, tão entusiasticamente coladas às juventudes partidárias, já não mobilizem ninguém. Pior: a discussão banalizou-se de tal modo que, mesmo que se diga algo extraordinariamente brilhante ou inovador sobre estas temáticas, ninguém liga.

Por isso coloca-se a questão: Deve a Juventude Social Democrata continuar a centrar o seu discurso e as suas tomadas de posição nas questões fracturantes?

Na minha opinião a resposta é NÃO. Embora não se possa deixar de tomar uma posição clara sobre estas matérias, elas não podem constituir o centro da acção da JSD.

Defender os interesses da Juventude Portuguesa passa por defender medidas que assegurem o desenvolvimento sustentável de Portugal. Não há forma melhor de defender os Jovens de hoje senão promovendo políticas que assegurem o seu futuro amanhã. Deste modo, a Juventude Social Democrata tem a obrigação de tomar posições em todas as áreas de governação assumindo a responsabilidade de assegurar políticas tendo em vista os próximos 50 e não apenas os próximos 4 anos, como vai sendo hábito entre muitos Partidos Políticos. Deixem a demagogia e as preocupações eleitoralistas de fora! A JSD tem que se preocupar em defender o que é correcto, mesmo que tenha consequências negativas no imediato, a bem do futuro de Portugal e das suas Jovens Gerações.

A credibilidade advém apenas e só com tomadas de posição sérias e fundamentadas, transmitidas de forma clara e cativante. Por isso a Juventude Social Democrata tem de reforçar a sua credibilidade na sociedade civil defendendo um projecto político sério, rompendo com tabus e com o politicamente correcto, procurando assim motivar os Jovens Portugueses a participar numa onda de mudança por Portugal. O Futuro está nas nossas mãos!

Para onde vais JSD?


Decidi criar este blog porque penso que a Juventude Social Democrata, enquanto Juventude Partidária, necessita reflectir sobre a importância da sua existência, as razões porque foi fundada e, sobretudo, qual a sua missão no espectro político no Século XXI.

Pretendo, com o apoio dos visitantes do blog, lançar temas e ideias para que delas surja o debate, deixando de fora quezílias pessoais ou disputas internas. Quero que centremos todas as nossas energias na estrutura da JSD para que possamos encontrar, em conjunto, soluções para garantir a sua subsistência enquanto maior estrutura representativa da Juventude Portuguesa.

Acredito sinceramente que a resposta à pergunta que serve de título ao blog – “Quo Vadis JSD?” – depende única e exclusivamente de cada um de nós. Vamos todos contribuir para que a Juventude Social Democrata possa prosseguir um caminho de verdadeira defesa do Ideal Social Democrata de Sá Carneiro e dos legítimos interesses da Juventude Portuguesa. Esta é a nossa missão!

Que comece o debate....